O romance conta a história do pequeno povoado de Fontamara, onde os cafoni a caminho do trabalho descobrem que o pequeno rio que fornece água para suas plantações está sendo desviado para uso do Empresário, um personagem recém chegado à região, que enriqueceu rapidamente e acaba de ser nomeado por Roma o novo dirigente político local. A partir desse acontecimento, tem início uma série de novas situações que deixam os cafoni, habituados a imutabilidade de suas vidas, completamente desorientados e desamparados pois, mesmo aquelas pessoas a quem muitas vezes recorriam para resolver seus problemas parecem não conseguir entender o que se passa; e nenhuma das estratégias anteriormente utilizadas, mesmo aquelas que apenas reforçavam a exploração dos cafoni, parecem funcionar. 'Fontamara' é composto por um prólogo e dez capítulos, nos quais o autor coloca as questões essenciais de toda a sua obra literária - a miséria da vida campesina; o amor à terra e o orgulho altivo dos que a fazem frutificar, embora não tenham acesso à maior parte desse fruto; a posição social do oprimido e sua visão de mundo; a opção dos intelectuais sensíveis, frutos da mesma terra, que têm, por meio da cultura, os instrumentos necessários para procurar a mudança; e, por fim, a impossibilidade de comunicação entre o universo camponês, fechado no dialeto, nas lendas, nos provérbios, que definem as verdades perpétuas, e os homens da cidade, que representam os tempos modernos, abertos ao novo e afastados do mundo arcaico das províncias agrícolas.