Rubén Calderón Bouchet (1918-2012) é um dos maiores historiadores dos últimos 500 anos. A afirmação parecerá fortuita, dada a obscuridade do nome do Autor. Basta, porém, uma olhadela pela sua vasta obra para constatar-se a magnitude do empreendimento intelectual levado a efeito pelo mestre argentino, em seus quase cem anos de vida.
Depois de publicar ensaios de doutrina contrarrevolucionária, Rubén Calderón Bouchet inicia a sua obra historiográfica com Os fundamentos espirituais da cidade cristã (1973), primeira etapa de sua tetralogia sobre a Cristandade, continuada nos volumes Formação da cidade cristã (1978), Apogeu da cidade cristã (1978) e Decadência da cidade cristã (1979).
Ocupando-se com a Grécia e a Roma antigas em obras de reconhecida importância, foi, todavia, nos livros vindouros que Rubén Calderón Bouchet se consolidou como o historiador do Ocidente, dedicando-se a analisar, com vigoroso espírito filosófico e teológico, o advento da modernidade — A ruptura do sistema religioso no século XVI (1980), A Revolução Francesa (2002), O espírito do capitalismo (2008), A luz que vem do Norte (2009), Iluminismo e política (2012) foram alguns dos livros em que dissecou a grande crise religiosa, filosófica e política que deprava — ainda hoje — os fundamentos da Civilização Cristã.