É de 1959 a primeira edição de Formação econômica do Brasil. Em cinquenta anos, seguiram-se mais de trinta edições e traduções em nove línguas. Escrita quando o economista estava na Universidade de Cambridge, a obra frutificou ao longo dos anos, tendo inspirado gerações de pesquisadores e universitários que a ela dedicaram teses não só na área de economia, como da sociologia, política, história.
A originalidade do enfoque de Celso Furtado (1920-2004) foi debruçar-se sobre o passado para esclarecer o presente, isto é, buscar nos cinco séculos de nossa história as raízes dos problemas que dificultavam o desenvolvimento do país. Também inovadora era a combinação do método histórico com a análise econômica, que o levou a esboçar uma visão interpretativa da sociedade brasileira e a abrir novos horizontes da compreensão do passado. Esse "modo amplo de ver", como escreveu na época o historiador Francisco Iglesias, foi uma das razões que fez seu colega francês, o historiador Fernand Braudel, a considerar Formação econômica do Brasil um dos grandes livros de história econômica do mundo.
A edição comemorativa foi organizada por Rosa Freire d Aguiar Furtado, que também assina uma introdução sobre o economista e sua obra mais conhecida, e apresentada pelo historiador Luiz Felipe de Alencastro, titular da cátedra de história do Brasil em Sorbonne. Além do próprio livro, a edição traz críticas e artigos publicados desde os anos 1950 e assinados por 21 renomados historiadores e economistas que, no Brasil e no exterior, escreveram sobre Formação econômica do Brasil, e também um caderno de fotos, uma cronologia da vida de Celso Furtado e uma lista completa de suas obras publicadas no Brasil e no exterior.