FRONTeiras – memórias de Fritz Klostermann é o resultado da tradução feita dos escritos desse imigrante alemão que chegou em Santa Catarina em 1924. O conteúdo das páginas datilografadas traz o relato de episódios vivenciados pelo soldado K. no front de batalha da Primeira Guerra Mundial, até as fronteiras de países atravessadas de trem levando carga de porcos, ainda na Alemanha. Depois, ao cruzar o mar e adentrar a fronteira do Brasil e se estabelecer em Rio Negrinho/SC. Ali, outras FRONTeiras foram ultrapassadas em estradas de barro para tocar em bailes com a banda musical, em memórias sobre a construção da indústria de móveis CIMO, e na participação em lutas comunitárias como tentativa de criação de uma sociedade hospitalar. Episódios por vezes engraçados, outros de lamento, mas sobretudo um olhar reflexivo e de satisfação com as várias realizações de uma vida bem vivida. Confidências particulares que ajudam a compreender um modo de ver o mundo e as relações sociais no início do século XX. Mesmo que uma visão pessoal, parcial (a memória sempre o é), os relatos contribuem para elucidar acontecimentos do passado e para conhecer detalhes da história e, principalmente, do desenvolvimento de Rio Negrinho nas décadas de 1920 a 1970. FRONTeiras também tem a ver com ultrapassar desafios, fazer enfrentamentos, reconhecer limites. Em todas as situações que a vida nos coloca.