Presidente do Cruzeiro Esporte Clube, Sérgio Santos Rodrigues usa sua experiência pessoal como gestor esportivo e advogado para contar a história de como nasceu a Lei da SAF no Brasil. Desde o trabalho de convencimento de parlamentares no Poder Legislativo até sanção da lei pelo Executivo, passando pela atuação para que o Judiciário não esvazie a norma com suas decisões e o esforço para convencer investidores a acreditar no potencial dos clubes de futebol brasileiros e, efetivamente, colocar dinheiro nos times de futebol.
Mas não apenas isso. Futebol S.A.: Reflexões históricas, jurídicas e econômicas de quem liderou a criação da primeira SAF do Brasil, traz um breve panorama geral da história do esporte – de seu nascimento como atividade unicamente de lazer até sua profissionalização e transformação em um negócio bilionário. “Se no início a prática desportiva era mero lazer, hoje ela é uma indústria imensa, que envolve empregos, impostos, patrocínios, direitos de televisão, turismo etc. Assim, nenhum tipo societário se amolda melhor às palavras mercado e negócio que a sociedade anônima”, afirma o autor.
Além de ser calcado em um relato que prima pela clareza e simplicidade, o texto mostra como a legislação brasileira adotou o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) depois que o modelo associativo se mostrou falho, com os clubes assolados por dívidas bilionárias.
O livro traz diversos exemplos práticos. O autor registra, por exemplo, cada uma das principais tentativas de profissionalização da gestão do futebol antes da SAF, por meio dos clubes-empresa. São apresentadas também diferentes modelos de criação de SAFs, a partir da edição da Lei 14.193/2021. O livro trata ainda do futuro da gestão esportiva no Brasil e no mundo, e já inclui um apanhado das primeiras decisões judiciais dos tribunais brasileiros que discutem vários aspectos das SAFs, como o debate tributário e sobre a sucessão de dívidas.