Os dois conceitos fluem lado a lado no pensamento popular do Ocidente e encontram-se fundidos em mais de duzentos anos da história americana. Mais democracia quer dizer mais liberdade. Ou será que não? Numa época em que a democracia é o único sistema cuja legitimidade não é posta em causa, este livro excepcional sublinha as tensões entre os princípios da liberdade e da democracia. O Futuro da Liberdade viaja pelo passado e pelo presente, lembrando-nos que há coisas boas que nunca são de mais. Tomemos o caso da democracia americana, para muitos o modelo universal. Fareed Zakaria aponta que no sistema americano os membros do Supremo Tribunal e da Reserva Federal - instituições que moldam, fundamentalmente, a vida dos americanos - são designados, não eleitos. A Bill of Rights enumera uma série de direitos fundamentais a que os cidadãos têm direito, independentemente da opinião da maioria. Ao restringirmos a nossa democracia, ampliamos a nossa liberdade. É, todavia, um erro pensar, como se pensa tanto nos Estados Unidos como nos outros países, que a resposta para os nossos problemas é sempre mais democracia. Vejam?se as reformas que se sucederam ao escândalo Watergate e que abriram ainda mais o sistema político. Elas trouxeram para as salas do Congresso, não a voz do povo, mas as exigências dos interesses particulares, das minorias bem organizadas e do dinheiro. O governo americano é mais democrático hoje do que alguma vez o foi - mas também mais disfuncional.