Já ‘O gabinete do doutor Blanc: sobre jazz, literatura e outros improvisos’ taz textos inéditos em livro e revela um lado menos conhecido do autor: sua paixão por jazz e livros policiais. Retratados em crônicas (ou ‘improvisos’), foram publicados originalmente na extinta revista virtual Notícia e Opinião, o No Ponto. Editor de cultura da revista à época, Paulo Roberto Pires abre o livro com um ensaio sobre a produção dos textos que recebia e levanta a dúvida: ‘mas, afinal, o que publicávamos semanalmente? Resenha certamente não era. Crônica? Um pouco, às vezes. Muito sofisticados para serem rotulados ‘conversas’, demasiado informais para ganharem a etiqueta de ‘ensaios’, esses textos são mesmo improvisos’. No primeiro texto da coletânea Aldir escancara sua paixão: ‘jazz é vício. Não tem essa história de flertar com o lance, brincar com o material, dar uma cafungadinha e voltar, são e salvo, para o aprisco (bééé!) familiar. Jazz é feito paquerar a cunhada, passar a mão na mulher do amigo, beijar no elevador a colega de trabalho: começa leve, mas deixa cicatrizes profundas’. Luis Fernando Verissimo assina a quarta capa do livro e resume a relação do escritor com o gênero musical: ‘Aldir não é apenas um ouvinte de jazz. É um erudito na matéria, embora disfarce sua erudição com a leveza e a criatividade que se espera de qualquer texto seu, musicado ou não’.