Nesta biografia dramatizada escrita nos primeiros anos do séc. XX, o Pe. Desiderio Deschand nos faz deslizar pela eletrizante vida deste que foi, talvez, o maior político católico desde a Revolução Francesa. Mesmo no pequeno e distante Equador, o pano de fundo dos intermináveis embates de então são os mesmos da guerra cultural dos nossos dias. Todas as forças históricas que operavam então continuam em operação no cenário global no século XXI. Longe de ser um retrato antiquado de um personagem mais antigo ainda, é um lembrete atualíssimo do que está em jogo, e de quem joga, por detrás das máscaras...
*****
Um estado católico é possível na modernidade? Seria útil e desejável mesmo para não católicos? Estado laico é a única forma possível de governo justo e imparcial? Por que os defensores do Estado laico e da liberdade de crença são sempre os mesmos que atacam toda e qualquer atividade social da Igreja, principalmente na área da Educação, rasgando as leis, inclusive expropriando e expulsando religiosos do seu próprio país? É possível o reinado social de Jesus Cristo na forma de governo republicana? Todas essas perguntas recebem respostas de carne e osso na história do nosso simpático vizinho Equador, pelas mãos de Garcia Moreno, o único homem em que o título de salvador da pátria não tem um pingo sequer de exagero retórico. Demonizado pelos historiadores cristofóbicos de todas as épocas, Garcia Moreno fez da religião o fator de unificação e pacificação do Equador. Mas nem os que mais odeiam a religião católica podem negar que o seu sucesso foi total, colocando o país de volta na trilha do progresso e do desenvolvimento.