Enquanto este livro era preparado, cerca de 100 mil armênios eram expulsos da região conhecida como Artsakh – ou internacionalmente como Nagorno-Karabakh. O ex-procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional, Luis Moreno Ocampo, classificou a crise como um genocídio em curso, alertando para a fome como a arma invisível desse processo de extermínio. O bloqueio do Corredor de Lachin pelo Azerbaijão impediu o acesso a alimentos e suprimentos essenciais, levando à fuga desesperada da população armênia. A expulsão dos armênios de Artsakh reavivou as memórias de outro episódio cruel da história, ocorrido há mais de um século: o massacre dos armênios otomanos, conhecido como genocídio armênio.
O genocídio armênio (1915-1923) é uma ferida aberta na história do povo armênio e um tema de disputa política que atravessa os séculos. Do reconhecimento internacional ao negacionismo oficial de Estados, da luta por justiça à sobrevivência cultural, este livro traça um panorama abrangente do que significa ser armênio no século XXI. A partir de uma abordagem histórica e política, o autor analisa as complexas relações entre Armênia, Azerbaijão e Turquia, destacando como o passado influencia as disputas atuais no Cáucaso Sul e na diáspora armênia.
Com base em literatura acadêmica, depoimentos e fontes históricas, esta obra busca compreender a persistência da violência e da negação, enquanto aponta caminhos para a conciliação e a justiça. A luta pela memória, identidade e reconhecimento não se limita ao passado – ela molda o presente e o futuro de um povo que se recusa a desaparecer.