O rock não foge às contradições do mundo. Desde o seu surgimento em meados do século passado, ostenta altos e baixos que variam entre horizontes culturais contra hegemônicos até vieses aderentes à ideologia burguesa, esvaindo-se da crítica e encarnando uma equivocada neutralidade muitas vezes evocada por muitos de seus adesistas. Nesse campo de contradições, diferentes estilos foram cooptados pelo mercado e inseridos nas práticas capitalistas sob diferentes medidas. Francamente, o referido constructo reverbera em seus aspectos espaciais, na sua distribuição geográfica, em sua rarefação e em sua densidade de ocorrência, fatores estes relacionados, majoritariamente, a aspectos econômicos, urbanos e culturais. O corte geográfico, portanto, dá a tônica do presente livro, que se dispõe a interpretar e discutir o rock no Brasil a partir dos olhares da Geografia, explorando e debatendo suas contradições enquanto importante elemento da cultura contemporânea. Voltado tanto para geógrafos como para qualquer pessoa que mantenha interesse e\ou relação com o rock, a obra se debruça sobre alguns aspectos históricos que marcaram a evolução do estilo no Brasil e sobre sua dimensão geográfica, colocando ponto focal na sua distribuição espacial e na discussão de suas causas.