"Espera,
este não é um poema imediato
está ainda nascendo entre dentes
amargando lábios
pulsando na ponta da língua."
“São tempos de represa”, de Louise Queiroz, no livro Girassóis estendidos na chuva
Assim como o poema “São tempos de represa”, toda a poesia de Louise Queiroz é uma pausa, um hiato, um intervalo entre o dito e o não dito. É uma intenção de romper o silêncio, de prestar reverência àquilo que, antagonicamente, a paralisa e a põe em movimento. É uma tentativa de fala articulada no espaço da memória. É tempo em suspensão. É ar retido no peito. É imagem. É força. Jovem, negra, mulher, lésbica, baiana. Assim é Louise, assim é sua produção literária: forte na identidade negra e alicerçada em suas raízes religiosas do Candomblé. girassóis estendidos na chuva, seu primeiro livro, é um exercício de estar em silêncio e fazer um movimento de escuta, deixando ecoar internamente todas as vozes – as ancestrais e as nossas – e, a partir daí, dar corpo e fluidez à palavra.
Sobre a autora: Louise Queiroz nasceu em Salvador, Bahia, em 1993. É poeta e estudante de Letras na Universidade Federal da Bahia. Tem poemas publicados nas coletâneas Enegrescência (2016), Cadernos negros 39 – poemas afro-brasileiros (2016), Kama – poemas e contos eróticos, no e-book Cadernos Araxá e em sites como Diários Incendiários e Escritoras Negras da Bahia. girassóis estendidos na chuva é seu primeiro livro.
O que já foi dito sobre o livro girassóis estendidos na chuva:
Os poemas de Queiroz são de entrega e leveza, dor e prazer – não se nega a vida. Djamila Ribeiro, na materia “Girassóis maduros não precisam do sol”, na Folha de São Paulo – 09 de agosto de 2020 (https://www1.folha.uol.com.br/colunas/djamila-ribeiro/2019/08/girassois-maduros-nao-precisam-do-sol.shtml).
Um chão vestido de poesia que dança com os signos e então torna todo o profundamente real, linguagem… – Nina Rizzi, na orelha do livro.
Girassóis estendidos na chuva traz a expressão dessa mulher que também representa