Sinopse
Como o Estado administra não só a vida como também a morte de determinados cidadãos? De que maneira o desaparecimento de pessoas e corpos se constitui como um mecanismo em contínuo funcionamento? De quem são os cadáveres que o Estado não quer nomear? Essas são algumas das questões que o filósofo e psicanalista Fábio Luís Franco levanta ao desenvolver uma análise do processo de produção, normatização e apagamento sistemáticos da morte, com foco na atuação de forças do Estado.
Tendo como base o conceito do filósofo camaronês Achile Mbembe de necropolítica, Franco recupera nas guerras coloniais os mecanismos de contrainsurreição que foram legados aos generais das ditaduras latinoamericanas e fizeram do desaparecimento um método de repressão. Mas esse não é um fenômeno de "exceção" durante a ditadura, ao contrário, como mostra Franco, ele está entranhado na estrutura governamental do Brasil, presente nas mais diversas estratégias que tornam o desaparecimento um modo de governar. Não é preciso que o Estado mate; basta que ele deixe morrer ou deixe matar. Ou ainda: que deixe que se matem uns aos outros. Não é preciso que o Estado suma com os corpos; é suficiente que não procure os desaparecidos nem quem os fez desaparecer. O mesmo se estende às mortes por epidemias, ignoradas ou camufladas pelos poderes públicos.
No momento em que o Brasil está entre os líderes de vítimas da covid-19 no mundo e ocorre uma banalização dessas mortes, uma política sistemática de dessensibilização do corpo social, o livro de Franco é ferramenta valiosa para a compreensão dos mecanismos da necropolítica que nos trouxeram até aqui.
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9786586497564 |
---|---|
Subtítulo | NECROPOLÍTICAS, DESAPARECIMENTO E SUBJETIVIDADE |
Pré venda | Não |
Biografia do autor | Sobre o autor Fábio Luís Ferreira Nóbrega Franco nasceu em Taubaté, São Paulo, em 1983. Concluiu o mestrado em filosofia na FFLCH–USP em 2012 sobre a filosofia biológica de Georges Canguilhem, financiado pela Fapesp e com estágio na Universidade Paris vii–Denis Diderot. Em 2018, ainda como bolsista da Fapesp, doutorou-se em filosofia pela mesma instituição. Como pesquisador de pós-doutorado vinculado ao International Research Group on Authoritarianism and Counter-Strategies (irgac), do Rosa-Luxemburg-Stiftung, e ao departamento de psicologia clínica do ip-usp, Franco investiga necropolítica e a gestão do sofrimento psíquico no contexto do neoliberalismo no Brasil. Ocupa também o cargo de pesquisador-visitante na cátedra de “Sociology of the Future of Work” na Einstein Center Digital Future e na Humboldt-Universität zu Berlin, ambas na Alemanha, e de professor-convidado da puc-sp, onde ministra as disciplinas de teoria psicanalítica no curso de especialização. É, ainda, psicanalista membro do Fórum do Campo Lacaniano de São Paulo e pesquisador-membro do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise (Latesfip-usp). Franco atuou como consultor da Unesco entre 2014 e 2015, junto à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (cemdp) da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. De 2015 a 2016, foi assessor da Coordenação de Direito à Memória e à Verdade da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura Municipal de São Paulo, onde integrou os esforços de concepção, preparação e revisão da Cartilha de Enfrentamento ao Desaparecimento da prefeitura. |
Peso | 400g |
Autor para link | FRANCO FÁBIO LUIS |
Livro disponível - pronta entrega | Não |
Dimensões | 21 x 13 x 1.3 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 178 |
Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2021 |
Código Interno | 955997 |
Código de barras | 9786586497564 |
Acabamento | BROCHURA |
Autor | FRANCO, FÁBIO LUIS |
Editora | UBU |
Sob encomenda | Sim |