É hora de deixarmos de lado nossas preocupações apenas com o desequilíbrio climático - até porque ele se tornou inevitável - e nos prepararmos para algo mais grave: o impacto que a crise do consumo terá em nossa vida. Quando em 2005 o veterano ambientalista Paul Gilding prenunciou uma recessão global econômica e ambiental, a reação foi de descrença. Três anos depois, a crise financeira de 2008 mostrou que o mercado já não parecia tão invencível: as bolsas de valores experimentaram uma volatilidade sem precedentes, um grande número de países esteve à beira da insolvência e, para rematar, o preço dos alimentos sofreu elevações históricas, enquanto dramáticas mudanças ecológicas varriam o cenário seguro das metrópoles. Lançando luz sobre um tema mais do que urgente e provocando discussões quando afirma que chegamos ao fim da trilha do crescimento econômico, A Grande Ruptura se apoia no estilo inovador e lúcido de Gilding para nos alertar que não serão meros créditos de carbono ou combustíveis alternativos a solução para esta crise que nos espreita, mas sim uma intensa conscientização que envolve repensar nossos hábitos de consumo e nossos modelos sociais, políticos e econômicos. Afinal, por mais improvável que possa parecer, existe, sim, vida depois do consumismo.