Sobre o pano de fundo de um aparente drama popular, que envolve os amores e os desencontros de um casal de operários - e parcialmente paralítica Maria Rosa e o mulato Tião - Renato Pompeu desenvolve uma profunda reflexão sobre os limites que condicionam a consciência e o comportamento humanos. A Greve da Rosa é o terceiro romance de Renato Pompeu, que traz, em sua obra, o depoimento de uma geração que cresceu num clima de liberdade e depois conheceu "toda a distância entre o ideal e o real na vida brasileira dos anos 60 e 70 - um conflito que levou muitos ao desencanto e à perplexidade, quando não à pura neurose" E como seus outros livros também procura mostrar a concepção de autor acerca da realidade social e política de seu tempo. Nesse pequeno melodrama de operários, Renato Pompeu usa uma linguagem extremamente simples, embora altamente elaborada, e seus personagens, como Pé-de-Roda, Falange-Falanginha-Falangeta e o velho sindicalista Albano - além de Maria Rosa e Tião -, com seus comentários, analogias e historietas, vão compondo uma narrativa lúcida, poética, às vezes mordaz e cheia de singela ironia, sobre a vida operária brasileira da atualidade.