Uma exemplar biografia intelectual da única mulher que realmente marcou a cena filosófica do século xx". Le Monde Hannah Arendt nasceu em Hanôver em 1906. Bela e inteligente, tudo tinha para agradar. Aliás, agradou a Heidegger de quem foi, nos anos 20, a estudante e a amante. Depois, em 1933, a tempestade desabou sobre a Europa. Enquanto o "pensador" profissional se tornava no muito nazi reitor da Universidade de Fribourg, a jovem filósofa judia, que apenas tinha tido tempo de publicar a sua tese sobre o Conceito de Amor em Santo Agostinho, toma o caminho do exílio e conhecerá a ausência de estatuto dos apátridas durante dezoito anos. Primeiro dirige-se a França, onde participa no trabalho de uma organização sionista encarregue de facilitar a emigração dos jovens judeus para a Palestina. Em Paris conhece Aron, Sartre e Camus o que a leva a se entusiasmar com o existencialismo francês. Em 1940, foge para Espanha e no ano seguinte instala-se nos Estados Unidos. Sobre esta vida ofegante e apaixonada existem inúmeras obras, no entanto faltava uma verdadeira biografia intelectual que para além da anedota constituísse o itinerário da única mulher que, no século xx, marcou efectivamente com o seu cunho a cena filosófica. O objectivo da autora, ao analisar - com rigor e precisão - as quinze principais obras de Hannah Arendt, é o de levar o leitor a ler e a reler o excelente trabalho desta pensadora a fim de lhe retirar todas as lições da sua experiência que ainda estamos longe de bem conhecer.