Este livro é o resultado da minha dissertação de mestrado apresentada para obtenção do título em mestre de em História Política pela Uerj. Esta pesquisa aborda o pensamento higienista e eugênico no Brasil e quis foram os possíveis impactos na Educação de Surdos, principalmente na educação das meninas surdas no Instituto Nacional de Educação de Surdos nas décadas de 20 e 30 do século XX. A história das mulheres tem assistido à sua ampliação enquanto tema de interesse, e cada vez mis pesquisas são realizadas retirando esse grupo social do apagamento ou da reconstrução de suas ações no mundo a partir do projeto de hegemonia do poder masculino, que minimiza a participação feminina nos acontecimentos e processos históricos. Ao se pesquisar a trajetória das mulheres deficientes, percebe-se que o impacto do pratiarcado é ainda mais forte, pois, além de serem do sexo feminino, elas tiveram sua existência transformada pelo higienismo e pela eugenia como "degenerada" e, portanto, deveriam ter seus corpos normalizados ou eliminados. Assim, nesta obra foi analisado o pensamento higienista e eugênico sobre os corpos considerados desviantes e seus desdobramentos, com enfoque nos corpos femininos e com surdez, e qual foi o impacto desse pensamento na educação formal das mulheres surdas e espera-se trazer luz às mulheres enquanto sujeitos históricos através da análise histórica do processo político empreendido pela classe dominante que surgiu com o desenvolvimento do capitalismo industrial e do papel desempenhado pelos intelectuais orgânicos dessa classe representados por aqueles que construíram e difundiram o racismo científico, o higienismo e a eugenia.