O Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Mato Grosso foi aprovado em dezembro de 1998, tendo iniciado suas atividades na área de concentração "Territórios e Fronteiras" em março de 1999. A importância estratégica dessa região, particularmente dessa porção do Centro-Oeste que pertence à Amazônia Meridional, que coincide com o estado de Mato Grosso em grande medida, tem proporcionado pesquisas de qualidade em temáticas e temporalidades muito variadas que cobrem desde os períodos iniciais da presença do Império Português no século 18 até o século 21. A Amazônia, a partir da década de 1970, sofreu uma ocupação mais intensa e passou a ser exportadora de conflitos sociais e a apresentar desafios científicos que extrapolam suas fronteiras geopolíticas. As mudanças decorrentes de tal processo demandam estudos específicos, abrindo campos de interesses diversos que permitem à História incorporar variáveis aos seus estudos, relacionando o social ao mundo natural, a organização social e econômica interagindo com o ambiente, a produção de bens partindo dos recursos naturais, além dos valores éticos e das interações culturais, considerando ainda que os atores sociais são parte integrante dos Biomas. Dada a importância estratégica dessas regiões, existem estudos acadêmicos sobre o Oeste brasileiro, particularmente sobre Mato Grosso, sendo desenvolvidos em diferentes partes do mundo, dos embates diplomáticos entre as potências Ibéricas, passando por questões indígenas, quilombolas, chegando aos projetos militares de reocupação dessa fronteira que culminam com os avanços do agronegócio sobre a floresta amazônica. Os estudos sobre fronteira trazem contribuições ricas e consistentes para a problemática da incorporação desses espaços à dinâmica do desenvolvimento capitalista, possibilitando um melhor entendimento sobre as determinações históricas mais amplas, os processos históricos que se desenvolveram desde o período colonial e que singularizaram estas regiões Norte e Centro-Oeste brasileiro e que, ademais, também não podem ser estudadas sem se levar em conta a sua histórica relação com os países da América do Sul.