O debate sobre república e monarquia no Brasil necessita de mais substância. A questão fundamental é sobre regimes políticos capazes de preservar o interesse público e os que não o são. Alan Ryan nos alerta que a Inglaterra trata a res publica, o interesse público, num nível que poucas repúblicas conseguem fazê-lo. Ou seja, não há como definir preferência sem levar em conta o contexto histórico e cultural de cada país.
O título deste livro poderia ter sido História da autoestima nacional que a república não quer que você saiba. O título da capa buscou evitar a interpretação de sabor panfletário, coisa que não é, pois apresenta argumentos sólidos.
A tradição docente dos rabinos busca dar contexto ao ato de pensar de seus alunos. Ao invés da resposta óbvia de que o cavalo mais rápido chegaria antes, eles diriam que isso dependeria de saber se o cavalo está indo na direção correta (eficácia). Isto lhes permite entender a diferença entre eficácia e eficiência. Esta significa fazer certo, mas não necessariamente fazer a coisa certa, como nos ensina Peter Drucker.
No Brasil, estamos diante do fato absurdo de um regime que, após mais de 130 anos de implantado, o dobro do tempo que durou o Império, nos apresenta como resultado uma verdadeira ficha policial: corrupção sistêmica, desigualdade quase campeã mundial e políticos que não nos representam. O negativo da foto do que era o País no final do Império.
Pior ainda. O fundador, e depois presidente, do Partido Republicano Paulista, criado em 1870, foi taxativo: “Nosso objetivo é fundar a república, e não libertar os escravos.”
Tanto repúblicas como monarquias podem preservar o bem comum. Ou não. O veredito, para ser eficaz, tem que levar em conta o referido contexto histórico-cultural de cada nação. Certamente, este não foi o caso do Brasil após essas malfadadas 13 décadas republicanas. O cavalo jamais esteve na direção correta.
Este livro propõe um debate civilizado sobre a questão. Quem sabe você acabará chegando ao