O livro, vencedor do Gran Prix Du histoire de 2007, é um estudo histórico sobre as boas maneiras, de 1789 até os dias de hoje. O autor realizou extensa pesquisa a partir da Revolução Francesa, marco da transformação não apenas do sistema político até então vigente no mundo Ocidental, como de costumes e hábitos, impostos pelos novos detentores do poder. O radicalismo dos protagonistas da Revolução Francesa fez com que se alterasse o calendário, com criação de novo período histórico, divisor de águas. Não há mais senhores e sim cidadãos. Os modos elegantes passam a ser mal vistos e os revolucionários tentam a proibição formal do uso do tratamento por vós, já que todos são iguais e devem tratar-se por tu. Esse radicalismo foi aos poucos se abrandando com Napoleão e a restauração do Império e, anos mais tarde, com Napoleão III. Mas não são apenas as modificações acarretadas pelo movimento político que o autor aborda; destaca também as modificações de hábitos cotidianos, como o uso de luvas e chapéu, as trocas de correspondências, que sofreram um duro golpe com a chegada do telefone, o comportar-se em família e em público, o fumar, o visitar etc. Já nesse particular vê-se a alteração dos costumes, acentuada no pós-guerra, com a emergência das massas e dos valores e princípios por elas adotados, transformados em padrões universais.