Por que motivo o homem se fez agricultor, após dezenas de milhares de anos de depredação? Como deu ele início ao cultivo das florestas, explorou savanas e pradarias, amanhou vales e deltas? Como é que os Incas utilizavam as diferentes zonas de vegetação andinas? Que agriculturas se praticavam na Europa durante o neolítico, na Antiguidade, na Idade Média e na época da primeira revolução industrial? A que cumes inauditos de produtividade alguns milhões de agricultores motorizados, mecanizados e especializados chegaram neste final do século xx? Por que é que centenas de milhões de camponeses foram afectados pela crise, pela pobreza e condenados ao êxodo ou mesmo à fome? Ao narrar a prodigiosa epopeia que vai das primeiras domesticações de plantas e de animais às agriculturas tão diferenciadas de hoje, este livro mostra que a crise actual da economia mundial se explica pela entrada em concorrência desmedida das heranças agrárias formidavelmente desiguais das diferentes regiões do mundo. Ele propõe ainda uma estratégia mundial anticrise capaz de salvaguardar e de desenvolver a economia camponesa pobre, de relançar a economia mundial e de construir um mundo onde toda a humanidade possa viver. Enfim, uma explicação da crise e das propostas que saem dos estreitos caminhos percorridos.