Será que existe Filosofia no Oriente, ou, mais especificamente, na índia? Segundo Hegel, a resposta é não! Na índia, há Filosofia, mas não no sentido que se atribui a essa palavra no Ocidente. Pelo viés da cultura indiana, a Filosofia não é uma busca racional da verdade. Está inegavelmente unida à religião. Portanto, se existem diferenças regionais entre essa concepção, elas são de caráter essencialmente religioso. As filosofias ocidentais são marcadamente lógicas, racionais e, em alguns casos, materialistas. Esse foi o caminho seguido pelo Ocidente para encontrar a verdade. Julgar as filosofias indianas lendo-se apenas as Upanishads ou os Sutras seria o mesmo que julgar as ocidentais lendo-se somente o Novo Testamento. Certamente, não se deve buscar a verdade última apenas pela razão. O ideal seria um equilíbrio entre razão e intuição, muito comum na índia, na sua busca pela verdade. As filosofias da índia ficaram conhecidas no Ocidente, inicialmente, pelos gregos, quando da invasão de Alexandre Magno àquele país. A ideia de que Aristóteles, Pitágoras, Demócrito e outros estiveram na índia e lá aprenderam Filosofia com os hindus é algo que se pode chamar de duvidoso. Onesicritos, um oficial de Alexandre e discípulo de Demócrito, informou do seu contato com ascetas hindus. Um deles era Kalanos, que se uniu ao exército de Alexandre e, posteriormente, na Pérsia, ateou fogo em seu próprio corpo. Acompanhou Alexandre o filósofo grego Anarxaco, seguidor do atomista Demócrito. Menandro I, conhecido como Milinda, foi um dos governantes ou rei hindu-grego do Norte da índia e do atual Paquistão (150-130 a. C.). Ele foi o primeiro ocidental que se converteu ao Budismo, de acordo com o texto intitulado "Milinda Panha". Os contatos entre a índia e o Ocidente deram-se por meio da "Estrada da Seda", e Atenas e Roma tiveram embaixadas na antiga índia. Portanto, havia contato entre o Ocidente e o Oriente na antiguidade.