Esta obra segue de perto os cinco séculos de itinerário movimentado dos Judeus que, expulsos de Espanha no final do século xv, encontram o Império Otomano onde irão formar um núcleo cultural particular muito vivo. Deste mundo judeo-espanhol, os autores quiseram escrever uma História global que respeite tanto a dinâmica social como a vida intelectual, tanto os processos económicos como os factores políticos. A aposta foi ganha, tendo os autores desenvolvido uma dupla abordagem que trata, ao mesmo tempo, as evoluções internas da sociedade sefardita e as realidades externas que a influenciaram. O quadro do mundo judeo--Espanhol que surge sob a sua pena é desde logo contrastado: dotado de uma incontestável vitalidade, não está politicamente integrado. Esta situação não era melindrosa no contexto do Império Otomano, mas colocava graves problemas quando as comunidades judaicas eram confrontadas por novos Estados que procuravam reduzir a especificidade dos grupos minoritários. Colocados em perigo pela modernização política dos Balcãs, o mundo sefardita será em grande parte aniquilado pelos nazis e despejado das suas zonas pela emigração para Israel. Deste universo desaparecido e plurissecular os autores dão-nos a conhecer, com calor e probidade, a história que evocam com uma grande justeza.