Há muitas histórias das histórias do cinema brasileiro. Esta não é apenas uma história dramática, mas uma narrativa envolvente e bem humorada sobre as aventuras e desventuras do nosso cinema. Escrito com objetividade e voltado para os leitores pouco familiarizados com o tema, o livro se baseia na leitura de vasta bibliografia e numa visão complexa da penosa e precária estrutura do cinema nacional.
É significativa a presença de Alex Viany, Paulo Emílio Salles Gomes e Jean-Claude Bernardet, autores dos mais notáveis balanços sobre o cinema brasileiro e seus percalços.
Econômico nas citações e debates acadêmicos, o Autor sugere na organização dos capítulos e na abordagem geral do livro, uma linha mestra que conduz a apresentação dos temas, a seleção dos documentos analisados e a interpretação do processo histórico. O esforço de síntese e a abrangência temática, ainda que circunscrita aos filmes de ficção, delineam um percurso cronológico e didático sobre as transformações do cinema brasileiro. No entanto, a perspectiva adotada e os problemas apresentados sugerem uma leitura fortemente marcada pelo dilema da formação do cinema nacional e seus embates num mercado cinematográfico ocupado, desde tempos remotos, pelos interesses do cinema norte-americano.
Como um personagem que luta bravamente por sua liberdade e emancipação, o cinema brasileiro enfrenta um velho e astuto inimigo e disputa ano após ano, o amor da mocinha. Nessa dramática história, aprendemos a duras penas, a reconhecer nossas qualidades e limitações.