A presente obra tem como objetivo pesquisar a maneira como a Justiça Restaurativa vem sendo aplicada e incorporada no campo jurídico brasileiro e, até mesmo, de que forma ela é considerada dentro do Direito. Para tanto, utiliza-se como base a teoria sobre o multijuridismo do antropólogo Etienne Le Roy, possibilitando encarar as práticas restaurativas para além do positivismo jurídico. Outro aspecto que se pretende abordar é a existência de práticas de convivência e de cuidado com os conflitos no contexto cultural brasileiro, dos povos originários e que se assemelhem ao que hoje conhecemos como práticas da Justiça Restaurativa. No caso desta obra, refere-se às práticas dos Mestres Griôs, as quais, originalmente, tiveram início no continente africano e que, mais tarde, foram trazidas para o Brasil no processo violento de escravização. Aborda-se ensinamentos e histórias da tradição oral no Brasil que foram vividos na Formação em Pedagogia Griô, sistematizada pelos educadores Lílian Pacheco e Mestre Márcio Caires. Isso porque, após anos do desenvolvimento das práticas da Justiça Restaurativa no Brasil, pouco se dialoga e se constrói espaços de escuta sobre as histórias e práticas originárias da cultura brasileira, e, mais importante que isso, pouco se constrói com esses povos para pensar novos caminhos de justiça, cuidando do contexto. De maneira geral, esta obra aborda a restauração da justiça através da escuta de histórias há muito tempo contadas. Prefácio de Líllian Pacheco e Márcio Caires.
Posfácio de Flávio de Leão Bastos Pereira.