A obra autobiográfica Homem invisível, de Luiz Antonio Hecker Kappel, é um mergulho no túnel do tempo da história da formação de Roma, do cristianismo: do nascimento de Cristo, dos apóstolos até fatos atuais — covid-19 e a tragédia do Rio Grande do Sul. O texto narrativo é recheado de descrições e comparações com a contemporaneidade. O ator personagem (homem invisível) parte de fatos reais (a diferença entre o capitalismo liberal e o socialismo/comunismo), fatos biográficos (como as personagens filhas, sua descendência de judeus) para ir compondo a trama. Une ficção e realidade. Através desse estilo, viajamos por informações históricas e vamos entendendo as relações entre todos à volta de Jesus. As outras religiões são postas em pauta também. Isso permite ao leitor refletir sobre as diversidades. Há uma riqueza de citações que embelezam o texto e engrandecem o conhecimento do mundo de quem o lê. Assim o autor demonstra profundo estudo e repertório, por exemplo, quando cita pintores renomados como Tintoretto, Ticiano, Rafael Sanzio, Correggio, Caravaggio etc. para construir seu enredo, que transita entre realidade e ficção. Ora o leitor está lá em Jerusalém… ora está na atualidade sofrendo o caos estabelecido.