Durante a glaciação, humanidade mal conhecia o Sol, com o degelo, o primitivo
passou a conhecê-lo em toda a sua extensão e a compará-lo às outras grandezas,
passou a admirar os céus, esteticamente, seria possível afirmar que eles não
conheciam as estrelas, os planetas, a Lua e o Sol, porquanto os céus estariam sempre
nublados com as nevascas? A descoberta da luz e do tempo performático da
Primavera pelos primitivos deu-se comparativamente aos tempos da glaciação, tal
fato, o da mudança de tempo, não passou despercebido, ao contrário, tal fato passou
a representar um enorme afeto, devido à contingência da natureza, a sorte era tanta,
na Primavera, que todos os frutos surgiam ao mesmo tempo, e a luz pulsante tratou de
aparecer em focos, diferentemente da neve que se dava em flocos, nublando a visão,
certo que focar o Sol teria sido deslumbrante, assim como ver as cores surgindo de
uma vez, dessa forma, foi retirada a penumbra da atmosfera, o véu caiu e desnudou a
face da Lua. Nisso, cria-se a memória do ambiente hostil de outrora, o Sol venceu a
glaciação e a ventania, logo, os frutos que viriam a surgir depois da tempestade de
neve, por certo, segundo uma possível lógica primitiva, seriam filhos do Sol, do mesmo
modo, se a mulher engravidava, por certo, o fenômeno ocorreria por heliossexualismo,
bem como ocorreria com os outros animais e vegetais, de sorte que não havia outra
razão aparente.