O livro Imagem fascista no cinema: remakes, blockbusters e violência apresenta uma análise de uma estética cinematográfica violenta por sua imposição de sentido e o modo pelo qual somos afetados por ela em âmbito subjetivo. O uso fascista da imagem será exemplificado por meio de remakes e blockbusters hollywoodianos atuais e, entendendo o cinema enquanto meio de expressão de uma determinada época, podemos perceber como o emprego de determinadas formas estéticas e tecnológicas afetam a produção de sensibilidade de certo período histórico, como é forte a ligação entre a sensibilidade e a memória, e de que forma elas constroem, ou impactam, a subjetividade. Devido à violência traumática trazida pelas mudanças tecnológicas na Modernidade, como indica o filósofo Walter Benjamin, o sujeito sofre transformações em seu aparelho perceptivo e, consequentemente, na forma como elabora suas experiências. Isso acarreta uma maior sujeição ao choque urbano e ao trauma. Neste livro, a violência residirá no fato de limitar o pensamento do espectador e impor imagens previamente interpretadas, mesmo que o filme pareça suave. Violenta é a imagem que aspira não deixar lugar a nenhuma outra reflexão além da interpretação que ela pretende inculcar. Esse modo de afetação em muito se assemelha à padronização cultural imposta por movimentos fascistas e, por esse motivo, será atribuído à indústria hollywoodiana contemporânea um uso fascista da imagem cinematográfica. Em contrapartida, também serão discutidas diferentes formas de resistência ao cinema hollywoodiano, seja a partir de movimentos que defendem uma outra qualidade de relação com as próprias imagens ou, como veremos, a partir das possibilidades de elaboração do próprio espectador.