No calor das revoltas de junho de 2013, Marcos Nobre publicou Choque de democracia - Razões da revolta, o primeiro trabalho a olhar profundamente para o fenômeno e associá-lo à narrativa da história brasileira. Sucesso instantâneo, o livro eletrônico foi alçado ao topo das listas de mais vendidos e repercutiu em todo o país.
Imobilismo em movimento - Da abertura democrática ao governo Dilma é a pesquisa que está na base de sua análise sobre o fenômeno. Fruto de mais de vinte anos de acompanhamento da conjuntura política, seu livro é uma síntese da política no Brasil nos últimos 30 anos a partir de uma ideia-chave: a cultura do “pemedebismo”.
Trata-se de uma blindagem do sistema político que represa as forças de transformação. Suas origens remontam ao MDB, partido criado durante a ditadura militar que abrigava as forças de oposição. Depois de transformado em PMDB, encastelou-se no governo e de lá nunca mais saiu.
O “peemedebismo”, contudo, não se restringe ao partido que lhe dá nome, mas a um modo de fazer política que está além dele. Nobre argumenta que foi se criando no país, em nome da “governabilidade”, um ambiente em que não existem situação e oposição, mas uma massa homogênea, que fecha todos os canais de representação.
O autor recupera os primeiros anos pós-redemocratização, os dois governos de FHC, a era Lula e chega até Dilma Rousseff. Resume os principais lances de cada administração - os escândalos de corrupção, as crises e planos econômicos, as viravoltas eleitorais.
Pela primeira vez num trabalho de fôlego, o leitor tem uma perspectiva que dá sentido à Constituição de 1988, ao impeachment de Collor, ao Plano Real, ao boom econômico da era Lula, ao mensalão e às revoltas de junho de 2013.
Com didatismo, capacidade de síntese notável e densidade teórica, este livro traz uma contribuição decisiva para o debate sobre os rumos da democracia brasileira.