Em "Império da Fé – Andarilhas da Alma na Era Barroca", Margareth de Almeida Gonçalves descortina o fascinante universo do misticismo católico no Antigo Império Português. Duas personagem conduzem a narrativa: Filipa da Trintade, na dourada Goa oriental do início do século XVII, e Jacinta de São José, no ocidental Rio de Jaeniro do século XVIII. Com elas adentramos os meandros do catolicismo luso que conteve o impulso de fuga do mundo característico do misticismo no interior de uma ética da ação ativa. Filipa e Jacinta são ambas fundadoras de conventos nas terras da conquista. Mulheres de ação, portanto, e também místicas, donas de mentes ousadas a viverem experiências críticas no cerne de um sistema cultural, econômico e social rico em contrastes e incertezas. A análise da contribuição destas duas mulheres vai interessar não só a historiadores e aos estudiosos das questões religiosas e femininas, como também a todos aqueles que fantasiam o universo conventual lusitano.