O governo da Unidade Popular (1970-1973) foi um período marcado pela tentativa de construção de uma via democrática para o socialismo no Chile. Este livro é um estudo das formas pelas quais a polarização social e as lutas políticas da época foram representadas, noticiadas e discutidas em dois dos principais jornais da grande imprensa chilena: os diários La Nación e El Mercurio. A obra analisa também a história desses jornais, e a relação de seus proprietários com o mundo empresarial chileno, colocando em primeiro plano a importância da grande imprensa para as disputas de hegemonia entre os diferentes projetos políticos em pugna no governo do presidente Salvador Allende.No Chile, os três primeiros anos da década de 1970 foram marcados pelo intenso debate político que mobilizou e polarizou a sociedade em torno da tentativa de realização do projeto político da Unidade Popular, que pretendia alcançar o socialismo por meio da institucionalidade democrática. Os veículos da grande imprensa desempenharam papel de relevo na intensa agudização da luta social e da polarização política que perpassou a realização da “via chilena ao socialismo”. Este livro é um estudo das formas pelas quais as vicissitudes desse período foram representadas, noticiadas e discutidas em dois dos principais jornais da grande imprensa chilena da época: os diários La Nación e El Mercurio. O autor investiga como esses periódicos construíram e articularam discursos e representações sobre as proposições e as práticas políticas da Unidade Popular; atuando, desse modo, como importantes atores políticos. Discute-se também a história desses jornais, e a relação de seus proprietários com o mundo empresarial chileno. Fica então perceptível como os discursos desses jornais estavam tanto articulados a partir de aspectos da luta política cotidiana quanto em torno de eixos temáticos mais gerais e de maior duração como o antimarxismo, o poder popular, a atuação política dos militares e o imaginário de uma revolução