Improvável é conceituado como aquilo com pouca possibilidade de acontecer, difícil, incerto, que não se pode provar. Para mim é tudo aquilo que você pensou que não seria capaz, foi lá e fez, desacreditando os conceitos estabelecidos. Improváveis tem a marca dessa redefinição, fugindo os ouvidos às vozes dissonantes, os poemas foram se impondo, desajeitadamente, acanhadamente e, mineiramente, vão sendo apresentados ao leitor. Abraço mineiro, para uns um convite (o abraço mineiro tem gosto de café com pão de queijo), para outros uma imposição (e ai de quem refugá!), dá a tônica da escrita, a simplicidade do cotidiano expressa poeticamente. É, também, a busca pelo autoconhecimento, tendo a poesia como divã, o que fica visível em Humana poética: a poesia é o encontro do Meu mais humano… o porto seguro dos Meus devaneios. Ou em Caderno de resiliência, escrevo, apago e reescrevo quem sou / rasuro e rasuro os cinzas dos meus medos… restaurando o outrora, renascendo no capítulo seguinte. O fim de tudo, ou poderia ser o começo, é a incessante tentativa de compreensão das relações humanas, pois somente é possível entender o outro a partir do autoconhecimento. Isso fica evidente nos poemas Amizade com hora marcada, um abrindo e o outro fechando livro, fazendo uma breve, porém profunda, reflexão sobre o sentimento, amizade com hora marcada não presta! Vira programa de ação de graças… amizade com hora marcada, não é amizade, é suplício. Aqui as relações afetivas são o ingrediente que recheiam de palavras os poemas.