O processo de desenvolvimento humano deve assumir uma condição de leitura crítica e cuidadosa da realidade, evidenciando a necessidade de (re)construções históricas e culturais em seus contextos específicos, que estão inter-relacionadas com os fenômenos globais em uma relação dialógica e dinâmica. Corrobora com esse pensamento desafiador a proposta do desenvolvimento sustentável, mundialmente conhecido em 1987, por meio do Relatório Brundtland, denominado de “Nosso Futuro Comum”. Popularizado pela Rio-92, foi adotado por muitos organismos internacionais, nacionais e organizações não governamentais, pressupondo uma construção dinâmica cujas relações ambientais, econômicas, políticas, culturais e institucionais, e a busca de soluções para as demandas sociais devem ser pensadas a partir da realidade local. Em 2015, foram definidos pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que, constituídos por 169 metas, estimulam ações globais, as quais devem ser implementadas até o ano de 2030, em áreas de importância crucial para a humanidade e para o planeta. Os ODS fazem parte da Agenda 2030, que se baseou nas experiências resultantes dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), fruto do trabalho conjunto de governos, iniciativa privada e cidadãos de todo o mundo, em prol de um novo modelo global para erradicar a pobreza, promover a prosperidade e o bem-estar de todos, proteger o meio ambiente e combater as alterações climáticas. Diante desse desafio, esta obra insere-se como uma contribuição para a disseminação dos ODS e, consequentemente, para o engajamento empresarial com a Agenda 2030, de modo a fornecer informações e conhecimento às empresas e gestores, sobre como as organizações estão direcionando seus esforços na implantação da governança corporativa alinhada às boas práticas e ao alcance dos ODS. Trata-se de um compêndio de reflexões acerca da relação sociedade-empresa-natureza, seus conflitos, riscos, vulnerabilidades, governança e toda complexidade envolvida. Voltam-se olhares para as alternatividades, as boas práticas em Environmental, Social and Corporate Governance (ESG) nas organizações, bem como os possíveis caminhos a serem tomados para o desenvolvimento territorial sustentável.