O presente livro traz para a mesa de debates os resultados obtidos a partir de uma pesquisa que investigou as causas que desencadeiam e mantêm comportamentos indisciplinados em alunos de escolas, sobretudo públicas, e assim almeja fomentar ações que visem manter tais comportamentos em níveis aceitáveis. A referida pesquisa (de cunho documental) se desenrolou a partir de um livro de ocorrências, pertencente a uma escola pública do ABC paulista, cujo conteúdo remete a casos de indisciplina envolvendo alunos do Ensino Fundamental II, do período vespertino. Num primeiro momento, buscou-se o significado e o significante da palavra disciplina e de seu antônimo (estudo etimológico com busca em dicionários, com apoio de cunho filosófico e histórico) passando, a seguir, pela revisão da literatura que trata do tema indisciplina com as posições de renomados autores; e num segundo momento dirigiu-se ao conteúdo do livro de ocorrências, já citado, esmiuçando os relatos e colocando-os sob um olhar questionador/verificador (tendo como suporte e comparativo trabalhos de estudiosos que também se debruçaram sobre tais questões) confrontando com conhecimentos prévios sobre o assunto e observações feitas durante visitas à escola. O conjunto de informações demonstrou que as causas da indisciplina estão espalhadas numa complexa rede de relações sociais e interpessoais internas e externas à escola, ganhando contornos ainda mais perturbadores e de difícil solução porque estão associadas ao que, no texto, foram tratadas como complicações agregadas. A pesquisa indicou, também, que a problemática exige abrangência no seu enfrentamento; portanto, a interdisciplinaridade, a aproximação entre escola e família, o comprometimento do Estado e a leitura atenta deste livro são fatores preponderantes, ou seja, união de esforços para edificar uma escola melhor.