INDIVIDUAÇÃO DA PESSOA NA ONTOLOGIA DE EDITH STEIN

No universo do mundo da vida, todo indivíduo está num processo de individuação ou de tornar-se uma unidade em si, como ente no mundo, desde sua geração até seu desaparecimento, após alcançada sua finalidade última. A individuação então é a entelécheia do ser de todo ente em seu curso de vida, ou seja, a atualização inexorável de uma potência de vida no contínuo ato de ser, desde uma gênese, sob uma dinâmica própria, até a plenitude em sua finalidade como ser no mundo. Este processo é o cerne da ontologia, a ciência que estuda o ser de todos os entes em todos os seus aspectos. A pessoa humana, ente por excelência no mundo da vida, desde o instante de sua geração, da fecundação ao desaparecimento da vida no mundo, pelo desenvolvimento de todos os sistemas e por todas as etapas da vida, está lançada inexoravelmente num processo de individuação, que é único como ser singular em si e comum com todos os demais seres humanos. O conhecimento deste processo, desde a ontologia, abrange várias ciências da vida e humanas, como a filosofia, a biologia, a psicologia e a teologia, em função de uma antropologia, ou da compreensão do ser humano, em suas dimensões corpórea, anímica e espiritual, de forma pessoal e cultural. Nesta pesquisa percorremos estes caminhos no intuito de alcançar um fundamento para nossas práticas no âmbito da educação, terapia e pastoral. Para esta fundamentação encontramos no fértil pensamento da filósofa Edith Stein o mais rico material para uma Ontoteologia, um paralelo filosófico à Psicologia Analítica e uma visão ôntica a uma renovada Teologia Pastoral. Esperamos contribuir para uma renovada reflexão sobre a pessoa humana para os desafios da vida no Séc. XXI.