Ao voltar-se para o estudo de culturas muito diferentes das ocidentais, a Antropologia moderna não buscou encontrar nelas elementos de uma universalidade preestabelecida, nem identificar supostas estruturas gerais idealizadas a partir de modelos principalmente europeus. Pelo contrário: o que os antropólogos quiseram foi compreender os elementos intrínsecos dessas sociedades diversas e compará-los com os dados já conhecidos e classificados da cultura ocidental, para então tentar estabelecer alguns parâmetros que pudessem ter validade geral. Nesse processo, o estudo do individualismo oferece oportunidades analíticas excepcionais, principalmente por permitir o enfoque de um dos aspectos mais interessantes da vida cultural dos povos: a ideologia. Os ensaios de Louis Dumont sobre esse tema constituem o resultado de vinte anos de pesquisa de um dos mestres da moderna Antropologia Social.