“Dentro de um mesmo povo, pode-se produzir a diferenciação de uma nobreza, quando as guerras contínuas fizeram surgir uma classe de guerreiros. Um homem de guerra consegue romper a estrutura social do povo ao lograr através do espólio de guerra a maior riqueza, consegue romper a estrutura familiar ao fundar sua própria família e torná-la mais numerosa e poderosa, consegue romper por último a estrutura política, pois a preeminência do fim guerreiro coloca o poder em suas mãos. Aqui é onde parece haver mais correlação entre o mérito pessoal e a posição social alcançada, porém realmente uma classe aristocrática não existe até que o herói tenha consolidado a riqueza e o poder em sua família, fazendo esta multiplicar-se e manter-se unida entre si e a outras semelhantes, e, ao consagrar-se no tempo a revolução do guerreiro, tenha aparecido um corpo social de nobiles que seja produto já da herança. A nobreza militar se converte em aristocracia na geração que não conquistou tal dignidade por seu próprio esforço. E são estas gerações seguintes as chamadas de modo natural a exercer a direção e o mando, porque têm os meios, o prestígio, a preparação física e o adestramento militar, a tradição familiar, a educação, em suma, circunstâncias todas que “provocam o mérito” sem pensar em recompensá-lo e que asseguram em todo momento a conduta dos membros da nobreza.”
“O Estado democrático é absoluto. Não tolera barreira alguma entre ele e o indivíduo. Da soma dos indivíduos recebeu diretamente o poder, e com esta legitimação domina absolutamente tudo. Logicamente, não é possível opor-lhe resistência.”
– Trechos do livro.