O livro “Intelectuais Feministas no Brasil dos anos 1960: Carmen da Silva, Heleieth Saoti e Rose Marie Muraro”, é resultado não apenas de sua tese de doutorado, mas da militância intelectual da professora e pesquisadora Natalia Pietra Méndez. O texto chega em um momento muito importante para a afirmação de uma luta política que está longe de terminar. Assuntos como criminalização do aborto, a negação de direitos à mulher trabalhadora, a violência contra as mulheres, a interdição de temas relacionados à igualdade de gênero nas escolas estão longe de serem pacificamente solucionados na nossa sociedade. Nunca se viu tanta aversão e ódio em relação aos direitos das mulheres e aos debates sobre igualdade de gênero como no Brasil de 2017. Por isso, a atualidade e importância do livro que ora apresento. Natalia Pietra Méndez oferece um estudo consistente sobre o pensamento e a trajetória de três intelectuais brasileiras que, em diferentes contextos, refletiram a respeito do feminismo e tiveram atuação destacada em seus campos de atuação. As mulheres deste livro, Carmen Silva, Heleieth Saoti e Rose Marie Muraro, não tiveram “vida fácil” na sociedade brasileira dos anos 1960, culturalmente dominada por homens. Mas souberam aproveitar o espaço aberto a caro custo no jornalismo, na academia e no mercado editorial para falar da mulher e seus direitos negados. (Claudia Wasserman – UFRGS)