INVERNO DE UM ANJO

Tem algo ali, Grego. Grego fixou a vista. Não sabia ao certo o que estava conseguindo ver. - Já vimos de tudo, Romano. Não tem nada que possa nos abalar. - como um soldado medieval defendendo o bastião de seu rei. Contudo, o abalo já estava em suas expressões, escondido nas palavras que pararam de sair com a mesma força e convicção, nos gestos que deixaram de ser tão seguros, na tremedeira das mãos na execução da força que faziam no manuseio do arpão . Romano e Grego tentavam proteger o nariz do cheiro podre que vinha a cada mexida na água. Era insuportável e subia saído da piscina entrando pelas narinas e se escondendo nas roupas e nos cabelos. Somente então viram com certa nitidez. - P*ta que p*riu! Como pode - com o olhar tenso apontado para a piscina, sem saber como reagir. - O que será que aconteceu aqui? Quem faria isso?