Este livro é um convite ao leitor a percorrer os itinerários de Barbara Freitag, mesclados entre a biografia e a obra da autora, que emigrou com a família da Alemanha para o Brasil em 1948, tendo constituído sua formação intelectual e acadêmica no trânsito entre os dois países. Diferentes aspectos ilustram a obra de Barbara Freitag. O livro procura unificar todos os fios. A rigor, o traço de união está em sua tríplice atividade intelectual como educadora, psicóloga e socióloga. Como socióloga, dimensão central em sua obra, mantém afinidades especiais com a Escola de Frankfurt, que tenta pensar realidades contemporâneas a partir de um marxismo flexível, a teoria crítica, oposto a qualquer forma de dogmatismo. Na tradição da Escola de Frankfurt, tem interesse particular por Habermas, que procura integrar os ideais emancipatórios do iluminismo, inclusive os defendidos pelo marxismo, em um novo paradigma intersubjetivo e radicalmente democrático. Ultimamente, Barbara tem privilegiado, dentro da sociologia, um campo que, sendo específico, é ao mesmo tempo múltiplo: a cidade. Para ela, a cidade é mônada, no sentido de W. Benjamin, metonímia, figura síntese da sociedade, para onde convergem todas as linhas de força do mundo moderno e pós-moderno. Cidade é história, geografia, arquitetura, pintura, literatura. Cidade é Urbanidade, que vem de urbes, é política, cuja raiz é a polis, e é cidadania, cuja raiz é civitas. Sim, no tema da cidade, Barbara se encontrou, porque nele ela pôde juntar todos os fios de sua vida e do seu pensamento: Barbara é um pouco Berlim e um pouco Brasília.