O cubano José Martí é uma das grandes referências latino-americanas: prosador revolucionário, exímio poeta das Independências, combatente de raro tirocínio político e histórico. Foi Martí que conseguiu antever, como poucos, os perigos da expansão imperialista dos EUA, país que há muito já reclamava “relações íntimas” com o seu “quintal”. Analista político de rara fineza, Martí denota, igualmente, uma aguda consciência sobre o processo de formação das jovens nações latino-americanas, cujos processos de independência transitavam ainda por trilhas tortuosas, com diversas guerras civis e conflitos violentos. E esse firme compromisso com a causa anti-imperialista foi seu guia até os últimos dias de vida. Deixamos, pois, aos leitores e leitoras deste volume a tarefa de desvelar as múltiplas faces do Apóstolo, um guerreiro que lutou com a espada e o verbo pela libertação de sua pátria do jugo colonial e do expansionismo imperialista, tornando-se, por certo, o maior ícone da luta por independência, justiça social e soberania nacional do heroico povo de Cuba. Oxalá a prosa e a lírica de Martí reverberem entre nós com a mesma força e paixão que lograram despertar nos revolucionários e revolucionárias da pérola do Caribe. Cá, ao sul do Equador, também carecemos desse inebriante vinho de banana para nos estimular a finalmente construir, de mãos dadas e com muita luta, um país independente, soberano, igualitário e popular – sonhando, de olhos abertos, com a unidade da espoliada, porém brava e resistente, Pátria Grande.