Este livro é resultado de pesquisa extremamente relevante ao Serviço Social, na medida em que a profissão precisa estar atenta ao debate que envolve as articulações entre a socioeducação e a Justiça Restaurativa. Fruto de uma trajetória acadêmica e profissional da pesquisadora, demonstrando articulação entre a dimensão investigativa e interventiva.
O presente trabalho preconizou que os sujeitos participantes ocupassem espaço e voz na pesquisa, deste modo o objeto da investigação ganha um chão e se enraíza em um contexto empírico. São inquietantes os depoimentos, principalmente, quando demonstram as marcas do controle social e do conservadorismo presentes nas práticas profissionais. Embora a Justiça Restaurativa seja recente, a socioeducação tem uma história com marcas de resistência. Nesse sentido, a pesquisa demonstra como é difícil romper com a lógica conservadora, impregnada nos discursos e nas práticas profissionais. Os desafios inerentes às práticas restaurativas, no contexto da socioeducação, se avaliadas e debatidas, podem possibilitar pontes que potencializem processos de construção de espaços democráticos e que garantam a materialização dos direitos do adolescente. Deste modo, o livro traz grande contribuição ao exercício profissional no âmbito da socioeducação e abre uma pauta para possíveis novas pesquisas.