“Katia Suman foi e ainda é das figuras mais significativas do rádio no sul do Brasil. Milhares, milhões de pessoas a ouviram regularmente (e ainda a ouvem na radioweb), de tal modo que se pode afirmar, sem medo, que a Katia ajudou a formar o gosto, o estilo, o modo de ser de muita gente. Mas essa história toda estava fadada apenas à memória, esse labirinto, essa cidade das ilusões e dos desvios. Até que a Katia resolveu elaborar este trabalho, agora um livro, que o leitor vai levar pra casa, para a mesa do bar, para o lado de um café, para a companhia de um mate, para dar de presente, para se deliciar. Começou assim: a Katia teve a iniciativa de manter um caderno de comunicação entre os que trabalhavam na famosa rádio Ipanema, entre 1985 e 1997. Ali uns anotavam para os outros os recados urgentes naquele mundo primitivo sem whatsapp, sem internet, sem insta, e todos se mantinham informados sobre quem tinha ido divulgar sua nova gravação no prédio da rádio, qual a boa do fim de semana, como estava sendo a campanha para isso ou aquilo. O período foi vibrante, e Porto Alegre caprichou em seu modo de ser protagonista, para todo o Brasil. Os cadernos, os inocentes cadernos que a Katia teve a iniciativa de colocar na roda (e, depois, de recolher e guardar, como se guardam os verdadeiros tesouros), foram a seguir matéria-prima para um projeto de doutoramento em Letras, na UFRGS, e agora são o prato principal do banquete cultural que o leitor acabou de começar a ler. Os cadernos e, naturalmente, toda a elaboração da Katia, suas reflexões, sua conversa agora com aqueles velhos parceiros, sua verve em matizar as coisas, sua fina análise dos fenômenos da época, sua sensacional maneira de nos oferecer memórias, que são suas mas são nossas.” Luís Augusto Fischer.