'Kiryrí Rendáua Toribóca Opé', lugar de calma e sossego no Rancho Grand é o que dizia a placa em frente à casa do cineasta mineiro Humberto Mauro (1897-1983). A frase, em tupi-guarani, também é o título do mais recente livro do poeta e jornalista Ronaldo Werneck, enfocando a trajetória do pai do cinema brasileiro: sua vida, sua obra, seus amigos, suas musas, seus companheiros de trabalho. O vasto mundo focado pelas câmeras de Mauro durante uma rica trajetória de mais de meio século de cinema e cerca de trezentas realizações. Werneck dialoga, entre outros, com Glauber Rocha, Alex Viany e Paulo Emílio Salles Gomes. Repõe-nos de volta àqueles tempos em que o diretor começava a se constituir em objeto de estudo acadêmico, mas também e, sobretudo, em bandeira do Cinema Novo. Segundo o próprio autor, Kiryrí não é uma biografia, nem pretende ser. É a mesma história, são as mesmas histórias de Humberto Mauro que se repetem sob diferentes ângulos. Exatamente (ou não) como ele me contou. Para mim e para vários daqueles que ouviam com grande prazer suas histórias de cinema.