Que muitas aventuras e diversão podem encontrar duas crianças em cima de uma árvore? É o que a aclamada escritora canadense Margaret Atwood – ganhadora do Man Booker Prize e do Prêmio Príncipe das Astúrias de Letras, entre outras distinções – mostra em Lá em cima na árvore. Clássico da autora destinado ao público infantil, o livro foi publicado pela primeira vez em 1978, mesclando a poesia de Atwood com ilustrações da própria, em nuanças de vermelho e azul combinadas para a obtenção de um leque surpreendente de tonalidades e texturas. No alto de uma árvore, dois amigos desfrutam a brisa gostosa do verão, o balanço improvisado de um velho galho durante a primavera, assistem à queda das folhas no outono e se seguram firmes para não cair quando tem ventania. Mas ficam sem saber o que fazer quando uma dupla de castores traquinas rói a escada que os levara ao topo da árvore. Com uma ajudinha da sorte e muita imaginação, a solução não tarda a aparecer, mostrando que quem tem um amigo nunca está sozinho. Lá em cima na árvore deixa uma gostosa sensação no leitor. O livro foi feito quando o mercado editorial infantojuvenil mal começava a existir no Canadá, por isso foi todo escrito à mão e impresso em apenas duas cores. Pois esse aspecto artesanal reforça ainda mais o seu encantamento, lembrando o leitor, adulto ou criança, que a infância ainda pode ser simples, poética, bela e alegre, como mostram os protagonistas desta pequena obra-prima.