Para rever os diagnósticos, Soler nos entrega sua própria leitura da obra de James Joyce, trazendo exemplos nos trechos dos textos desse autor. Damos, com Soler, uma volta a mais sem voltar ao mesmo lugar, sem nos acomodar. Acompanhamos cada retomada, feita a partir de perguntas que abrem o caminho."Na medicina, o sintoma é um sinal, sinal de uma doença ou de uma disfunção que se visa reduzir. Na acepção comum, o sintoma é mais da ordem do que fracassou, daquilo que impede que as coisas corram bem. É uma manifestação inoportuna, anômala que se impõe e que também queremos reduzir. Hoje ele é chamado naturalmente, sobretudo na esfera anglo-saxã, com outros termos tais como desordem ou transtorno, que acentuam seu caráter de anormalidade. De início, para Freud, herdeiro das classificações psiquiátricas da época, os sintomas, que eram imputados às “doenças nervosas”, foram pensados como sinais da neurose, sinais de um recalque das pulsões que retornam por vias dolorosas. Em todo caso, embora de formas diferentes, o sintoma é então pensado como um problema a ser resolvido, portanto, e, para a psicanálise, um problema que é conivente com a sexualidade em razão da implicação das pulsões. E conhecemos a tese principal de Freud sobre os sintomas da neurose: eles são substitutos de um gozo sexual".