Como Arthur Rimbaud, Sergio Faraco teve sua temporada no inferno. Para que a história dela não fosse sepultada nos confins dos anos sessenta, desaparecendo no tempo como "lágrimas na chuva", o escritor desceu aos porões da memória e construiu este livro tão sofrido quanto admirável. Em 1963, Faraco pertencia ao Partido Comunista Brasileiro. No final do ano, num dos programas do PCUS (Partido Comunista da União Soviética) para estrangeiros, foi convidado para estudar em Moscou, centro do poder da extinta URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Uma aventura enriquecedora, amarga e perigosa, que durou pouco mais de um ano. O fascínio de uma cultura riquíssima, a mesquinharia da política, a intolerância dos burocratas, os radicalismos insensatos e uma pungente história de amor compõem este painel que é um misto de relato de viagem e livro de memórias, a culminar num grande pesadelo. Depois de uma série de conflitos com chefetes políticos ligados aos partidos brasileiro e soviético, Faraco foi internado em regime de reclusão, sob pesada bateria de medicamentos, numa clínica de "reeducação". Era este, na época, um procedimento de rotina em relação àqueles que se rebelavam contra o ultra-esquerdismo do Partido. Esse período dramático é narrado passo a passo. Lágrimas na chuva é um livro confessional que emociona, ensina e traz, sobretudo, a marca do grande narrador e agora chega também na Coleção L&PM Pocket. - Destaque editorial melhor sessão de autógrafos, CGTEE/Correio do Povo, 2002 - Indicado como Livro do Ano pelo jornal Zero Hora em sua retrospectiva de 2002 e eleito pelos internautas, no site ClicRBS, como o melhor livro rio-grandense publicado naquele ano. - Livro do ano não-ficção Associação Gaúcha de escritores 2003