Em Lanterna mágica – infância e cinema infantil, João Batista Melo aborda os primórdios das sessões de cinema infantil, em 1900, até os dias atuais. Ele analisa as obras já realizadas, discutindo a dimensão moral e educativa dos procedimentos narrativos ao longo do tempo. Ao mergulhar na história da literatura, o autor traça um panorama das origens e do desenvolvimento da ficção escrita para crianças. Na obra, João Batista Melo faz ainda uma audaciosa análise dos programas infantis da TV brasileira e de seus subprodutos cinematográficos. A relação do cinema com a criança e seu imaginário é um tema que carece de estudos no Brasil. Batista Melo pretende preencher esta lacuna. “Buscar e compreender a criança que, naquele tempo e nos dias atuais, entra no espaço mágico de uma sala de exibição foi a grande mola que conduziu as reflexões contidas em Lanterna mágica.”, explica o escritor e também diretor de diversos filmes infantis. Considerado por muitos, como parte da indústria cultural, o cinema infantil, também na visão de João Batista Melo, não é uma simples expressão de estética. “Este trabalho, assumidamente, considera a arte e a mídia instrumentos que produzem e disseminam a ideologia do sistema econômico dominante e é também sob esse prisma, e não apenas numa visão estética, que aqui se efetua a leitura da produção cinematográfica para crianças”, conclui o autor.