Revigorada com novos argumentos, a presente 2ª edição dá continuidade às reflexões anteriormente realizadas e agora enriquecidas com elementos de análise que tornam a obra ainda mais relevante. Com efeito, a obtenção de vantagens monetariamente quantificáveis permanece sendo um notável objetivo de inúmeras atividades criminosas. Pensemos no estelionatário que falsifica cheques de terceiro ou no funcionário público que solicita ou exige quantia indevida em dinheiro; os exemplos são os mais diversos e o objetivo parece ser um só: alcançar uma vantagem financeira por meio de um conduta qualificada como ilícito penal. Mas o proveito econômico do resultado da infração penal depara-se com um nada desprezível obstáculo de ordem prática: a supervisão de terceiros (sobretudo dos órgãos de controle e das autoridades persecutórias do Estado) em relação ao delito anteriormente praticado e que constitui a verdadeira origem das vantagens econômicas das quais se quer desfrutar. O proveito de tais vantagens requer a inadvertência das autoridades investigativas, o que demanda um conjunto de atos específicos destinados a dificultar o rastreamento da origem ilícita de certos valores e a atribuir-lhes uma aparente origem lícita. Assim, em lugar de simplesmente usufruir do dinheiro oriundo do ilícito penal, realiza-se previamente um conjunto de atividades destinadas a “maquiar” a sua origem ilícita, conferindo-lhe uma aparente licitude. Na presente obra, são contemplados os aspectos gerais do crime de lavagem de dinheiro com o propósito de contribuir para a compreensão global desse fenômeno, o que é feito pelo enfrentamento de alguns pontos problemáticos e dotados de maior divergência a respeito da matéria. Nas páginas que seguem são abordados os pontos indispensáveis à adequada compreensão do crime de lavagem de dinheiro e às operações e processos envolvendo essa espécie de criminalidade econômica.