'Um leão por dia' continua o primeiro volume da autobiografia da atriz, cujo título era simplesmente Vera., a pequena Moisi, referindo-se ao seu apelido de família. Mas se aquele tratava de sua infância e juventude, ou seja, de sua vida familiar, este segundo volume trata da Vera Fischer que o Brasil aprendeu a conhecer desde que venceu o Miss Brasil em 1969. 'Um leão por dia', portanto, trata da leoa que todos os dias o Brasil passou a acompanhar nas revistas, nos jornais, no cinema, no teatro e na TV. Essa leoa é, na verdade, muito mais mansa do que parece, e toda sua exposição ao longo dos anos tampouco esclarece sua pessoa. Mas o livro, sim. Nesse texto fluente e franco, não faltam surpresas, como o fato de a adolescente Vera preferira leitura à praia, e se sentir ofendida a primeira vez em que foi convidada a participar de um concurso de beleza (ganharia todos) - ela que pensava em ser uma jornalista investigativa. E se narra sua primeira transa aos quinze anos, também exibe despudoradamente o quanto foi, desde sempre, forte sua personalidade (que lhe permitiu, ente outras coisas, passar pelas drogas sem se deixar ultrapassar por elas - o mesmo vale para a droga maior que é a fama). O livro também a esclarece nas muitas fotos de seu arquivo pessoal que o ilustram. Se nelas já surpreende que sua beleza brilhe intacta, destacando-se em qualquer ambiente, circunstância ou luminosidade, surpreende igualmente ver o quanto o rosto famoso pode transmitir emoções simplesmentehumanas.