Consideramos que a arte salva a vida e, fazendo essa consideração, apresentamos a família Jekupé, em que todos os membros perceberam essa realidade e se dão as mãos para, escrevendo, sobreviver!!Tudo começou quando Olivio Jekupé, o pai e marido dessa família, que cursou Filosofia na Universidade de São Paulo, conseguiu publicar seus primeiros livros... Um longo caminho depois e Maria Kerexu, sua esposa, contadora de casos, histórias e lendas, à procura de preservar a cultura guarani, à qual pertence toda essa família, passou a relatar suas histórias para seus filhos, que as escreveram para que possam perdurar.O filho mais velho, Jeguaka Mirim, encantado com a possibilidade de continuar essa tradição, também escreve e nem só de letras impressas faz sua arte, mas também compõe raps que assina como Kunumi MC. Escritor ou rapper, sempre artista, é ele o jovem indígena que, na abertura da Copa de 2014 (a inesquecível 7x1 Alemanha/Brasil) estendeu a faixa DEMARCAÇÃO JÁ. Esse foi seu início como ativista/artista indígena. De lá para cá vieram as páginas escritas, impressas e as letras de rap com que chama o povo a reconhecer a importância desse e outros povos indígenas, nossos ancestrais nesse nosso jovem país.País jovem demais para ter memória tão curta. E, para finalizar, a família aumenta e escreve também um dos irmãos de Jeguaka Mirim, Tupã Mirim, neste livro representado por escritos que não deixam dúvida... é preciso escrever para sobreviver e na arte se proteger!!